Gestão do lixo começa dentro de casa

Conscientização para a reciclagem e contra o desperdício beneficia toda logística de resíduos

Por: Da Redação  -  16/05/20  -  12:34
Usina seria construída no Sítio das Neves, em Santos
Usina seria construída no Sítio das Neves, em Santos   Foto: Divulgação

Da casa das pessoas até o aterro sanitário, o lixo percorre um longo caminho. E mesmo quando chega no destino final, ainda é motivo de preocupação. Isso porque os aterros têm prazo de validade. Só Santos recolheu 13,6 mil toneladas de detritos em março e 11,7 mil em abril deste ano (queda por conta da quarentena). Minimizar os impactos desse volume na logística do lixo, depende de duas coisas: evitar o desperdício e reciclar.  


“É no momento da compra que você escolhe o quanto de resíduo vai gerar. O primeiro ato é ter o consumo consciente, além de escolher produtos em embalagens retornáveis ou que tenham a menor quantidade possível de material a ser descartado.  Quem faz o gerenciamento do lixo é o consumidor, não adiante só atribuir ao órgão público ou à empresa de coleta”, afirma Antônio de Mello Neto, diretor de operações da Terracom, empresa responsável pela coleta e destinação do lixo em Santos. 


Não desperdiçar e dar correta destinação ara os materiais recicláveis devem ser prioridade, diz Neto. Para ele, Santos é uma cidade privilegiada por ter coleta seletiva, de material reciclável, em todos os bairros. Porém, nem todas as pessoas tem a consciência de fazer a separação e mistura todos os resíduos.  


“O processo educacional começa na escola, mas precisamos de campanhas para conscientização. Provocar essas ações, levar a discussão nos eventos públicos, nas corridas, onde tem grande quantidade de pessoas. Fazer um corpo a corpo trazendo consciência”, afirma o diretor, ressaltando que cresceu a adesão à coleta seletiva na Cidade, mas como há recolhimento informal nos bairros, não existe um controle correto da quantidade.  


Mudanças na coleta 


Antônio de Mello Neto destaca que hoje os coletores de lixo são muito mais valorizados pelo trabalha essencial que fazem. Além disso, a tecnologia permitiu melhorar esse trabalho, com caminhões mais potentes e silenciosos, que carregam até 10 toneladas.  


O diretor da Terracom acrescenta que os contentores de lixo em Santos diminuíram muito os acidentes com os trabalhadores, por evitar contato direto com os sacos de lixo, que podem ter materiais perfurocortantes. “Torna o trabalho mais profissional e menos agressivo. E melhora a qualidade do ambiente, diminui a propagação de ratos e baratas”.  


Aterro prorrogado 


O Aterro Sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos, em funcionamento desde dezembro de 2002, teve autorização para ampliação da área em 20%, o que deve garantir mais sete anos de vida útil. Administrado pela Terrestre Ambiental, do grupo Terracom, recebe lixo de várias cidades, incluindo Santos.  


"Nos últimos dois anos fizemos uma mudança técnica, buscando exemplos nos Estados Unidos. É o único aterro do Brasil completamente selado. Além da parte inferior, cobrimos as células da parte superior com mantas de PEAD (polietileno de alta densidade). Embaixo, evita contaminação do lençol freático, na parte de cima, diminui odor e aumenta a estabilidade por não ter infiltração de água de chuva”, 


Agora a empresa está e processo de licenciamento ambiental de uma unidade, no mesmo local, para transformar rejeitos em energia elétrica. Serão quatro módulos com capacidade para 500 toneladas por dia.  


“A perspectiva é de ter o primeiro módulo 18 meses após o licenciamento, é o tempo que precisa para ser construído. Os 4 módulos absorveriam o total do lixo hoje, e com geração de energia elétrica suficiente para abastecer uma cidade de pequeno porte”.  


Logo A Tribuna
Newsletter