Prefiro os recônditos, os nichos onde o abandono é apenas aparente, mero disfarce para pulsar como se deseja, livre de amarras ou julgamentos que nem de longe causam tormento, mas um bocejante fastio

Vai-se além da conta também pela carência: na timidez do abraço na hora do adeus, ao se imaginar apenas até logo. Ou se faltaram palavras e não se entendeu o intrincado mosaico daquele coração

Constatamos: um povo sem conhecimento nem escrita seria incapaz de esculpir pedras imensas para se encaixarem como peças de montar. Mas só queria mesmo falar dos ímãs de geladeira

Meia dúzia de passageiros, algumas centenas de quilos e milhares de histórias

Na verdade, é um equívoco afirmar que há tempo perdido. Não existe perda ou ganho: no tempo, só há desencontros

O tempo passou, a Humanidade chegou ao Egito, onde há quatro mil anos os tamboretes receberam encostos: eis, então, as cadeiras que conhecemos até hoje

Mas se penso, logo existo, existir também é desgarrar-se das amarras do próprio pensamento e ir além. Pois voei com essas dezenas de pilotos nas descrições das luzes bailarinas ao redor de suas aeronaves

Encontram uma mesinha de canto. Sentam-se. Josefa esfrega as mãos, Amadeu abre um sorriso, e quando avança com garfo e faca em punho, a tainha pisca: “Amadeu, é verdade esse bilhete?”

Que eu saiba, pouca gente controla os próprios sonhos. Eu mesmo ao longo da vida lembro de apenas um ou dois cujos rumos não estavam me agradando. O que fiz? Pedi licença, entrei na cena e mudei tudo

Porque a alegria é inconsequente, a tristeza, revelação. A alegria é pirotécnica, a tristeza, visceral. A alegria nos gasta, a tristeza transforma