
Em nota, a APS informou que o contingenciamento permanecerá até a normalização do fluxo de veículos (Alexsander Ferraz/AT)
Motoristas autônomos e empresas transportadoras de carga não serão penalizados por atrasos nos horários agendados para a entrada dos caminhões no Porto de Santos. A contingência no agendamento foi implantada na quinta-feira (13) pela Autoridade Portuária de Santos (APS), após um caminhão derrubar a passarela de pedestres no km 52, na Cota 95, em Cubatão.
O acidente causou mais de 50 quilômetros de congestionamento na descida à Baixada Santista até a manhã desta sexta (14). Motoristas chegaram a ficar 12 horas parados na rodovia.
Em nota, a APS informa que a medida foi adotada porque “os motoristas não conseguiriam cumprir os horários de agendamento” e o “contingenciamento permanecerá até a normalização do fluxo de veículos”. Em situações normais, os caminhões precisam cumprir os horários marcados para a chegada ao cais santista ou pagam tarifas extras.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Carvalho, disse que a contingência deu um alívio. “A cobrança do no-show por não conseguirmos cumprir a janela de agendamento era a nossa maior preocupação. Além disso, é preciso intensificar a segurança na Via Anchieta”.
O acidente
O motorista teria parado o caminhão, carregado com um contêiner, na Cota 95, após uma carreta bater em seu retrovisor. Ele afirmou que desceu para falar com o outro condutor, mas não teria acionado o freio de mão. Assim, o veículo desceu a pista, atingiu a passarela e tombou. A Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), interditou os dois sentidos da Anchieta após o acidente, liberando a pista Norte às 6h27 de ontem, mas a situação permaneceu complicada.
Sem impactos
A APS informou ainda que não houve impactos nos gates. Os terminais receberam os caminhões fora do agendamento e o Porto de Santos não parou suas operações.
“Os pátios reguladores de caminhões, em Cubatão, abasteceram os terminais de grãos durante a madrugada e parte das cargas conteinerizadas que estavam nos terminais Redex (Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação) da Baixada Santista continuaram a ser movimentadas. Os caminhões que foram carregados no Porto, por descarga direta de navio ou nos terminais, operaram normalmente. As operações nos navios não são afetadas, pois as cargas já estão no Porto para embarque (nos armazéns, silos e pátios)”, esclareceu a APS.
O presidente da gestora do Porto, Anderson Pomini, citou a urgência de mais uma pista ligando o Planalto à Baixada Santista e a importância de se implantar novos pátios de caminhões.
A presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Rose Fassina, reforçou a urgência da terceira pista da Imigrantes. “O transporte rodoviário de carga tem apenas uma faixa para descer na Via Anchieta, porque o motorista não pode ultrapassar e ficou sem alternativa. As autoridades precisam dar celeridade à obra”.
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