
(Reprodução/Agência Brasil)
O tema em discussão para profissionais de recursos humanos de várias corporações empresariais era Inovação e Educação: Desafios e Perspectivas para a Realidade Brasileira, recentemente em mesa redonda da FIA Business School, entidade privada, sem fins lucrativos, criada em 1980 por professores do Departamento de Administração da Universidade de São Paulo (USP).
Estive com Maria Inês Fini, educadora, que fundou a Faculdade de Educação da Unicamp, presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), atuante na criação e execução de sistemas de avaliação, mãe do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mario Ghio, engenheiro, especialista em gestão e um dos maiores nomes do início dos sistemas de ensino no País, presidente da Somos Educação, holding da Kroton, com foco em temas de educação básica.
Os presentes tinham a coordenação de Marisa Éboli, especialista em educação corporativa, desenvolvimento de pessoas, gestão por competências em cultura e mudança organizacional, e José Luiz Goldfarb, físico, personalidade em projetos de incentivo à leitura, projeto de vida e legado para as futuras gerações, na mediação.
O diagnóstico expôs a formação dos colaboradores saídos das faculdades brasileiras, que chegam à primeira experiência nas equipes e exigem maior atenção na sua integração, antes mesmo do treinamento para saber processos, métodos, ações realizadas, cultura organizacional, missão e valores da empresa. Coube-me revisitar o cenário da educação básica e apontar práticas inovadoras.
O dinheiro não é mais a solução para os problemas do ensino no País. Quesitos estruturantes foram resolvidos pelo Ministério da Educação, garantiu a base de dados, avaliou e melhorou a distribuição do livro didático, implantou parâmetros e base nacional comum curricular, criou programas de formação de professores, fez distribuição de recursos com Fundef/Fundeb, mais políticas compensatórias de renda para reduzir evasão escolar e corrigir distorção idade-série dos estudantes.
É preciso aulas com apoio de tecnologia, plataformas digitais, redes sociais, gamificação, mobiliário diferenciado, climatização dos ambientes, saneamento básico, aprendizagem em projetos, educação socioemocional, conexão com a realidade e entre responsáveis, reforçar mudanças na grade curricular, mais aulas de português e matemática. Formação do aluno-empreendedor e do aluno-cidadão. Aos professores, donos dos saberes, identificar, desenvolver talentos e a criatividade. Não é muito.
*Raul Christiano. Escritor e membro da Academia Santista de Letras