Em 2019, houve dois testes para uma linha turística, não concretizada ( Foto: Alexsander Ferraz/AT )
O desejo expresso do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) da construção de uma linha ferroviária ligando São Paulo a Santos soou como uma buzina anunciando o início de uma viagem. No entanto, o projeto do chamado Trem Intercidades (TIC) do Eixo Sul, embora tenha entusiastas na região — especialmente após o leilão do trecho entre São Paulo e Campinas, no último dia 29 —, ainda tem um longo percurso.
“Emblemático, inovador. É o primeiro com três serviços, a Linha 7, o trem intermetropolitano, e o trem expresso, que vai sair de Campinas, com uma parada em Jundiaí e até São Paulo. Isso vai descomprimir as nossas rodovias, e nos dá oportunidade de sonhar. Por que não fazer São Paulo a Santos? Vamos pensar em outras ligações”, disse o governador, na ocasião.
Com 101 quilômetros de extensão e inauguração prevista para 2031, a obra dá um gás à ideia da instituição de outras rotas, como Sorocaba, São José dos Campos e Baixada Santista.
Entretanto, de acordo com nota enviada pela Secretaria Estadual de Parcerias e Investimentos, “o Trem Intercidades Eixo Sul ainda aguarda qualificação no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI-SP). Somente com a qualificação e contratação dos estudos de viabilidade será possível detalhar o projeto”.
( Foto: Vanessa Rodrigues/AT )
Detalhes
Em entrevista recente ao jornal Folha de S.Paulo, o secretário de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, confirmou o desejo de Tarcísio de Freitas em dar atenção à linha entre a Capital e a Baixada Santista.
Algumas ideias partiriam do governador, como a passagem pela Serra do Mar próximo a Mongaguá, de inclinação que seria mais adequada, e a utilização da antiga estrada de ferro Santos-Cajati. A Tribuna pediu uma entrevista com o secretário, mas ouviu que não haveria possibilidade durante a semana.
Entusiasta
O prefeito santista, Rogério Santos (Republicanos), é um entusiasta da ideia da retomada da ligação ferroviária de passageiros entre Santos e a Capital, algo que foi muito comum durante décadas no século 20.
“Temos esse alinhamento com o Governo do Estado, já conversei com o governador Tarcísio. No Parque Valongo, existe a possibilidade de desenvolver uma estação ferroviária, justamente no antigo armazém 1, o que propicia um desvio da linha ferroviária hoje usada exclusivamente para transporte portuário de mercadorias”, afirma.
Segundo ele, essa linha pode ser dividida com passageiros e transporte metropolitano, mas também com motivação turística. “Tenho certeza de que oferecer meios de transporte diversos para a Cidade é algo importante, para o morador, mas também para alavancar o turismo.”
Sonho antigo
A retomada de um trajeto de passageiros entre a Capital e o Planalto não é algo recente. Em junho de 2019, houve dois testes visando a uma linha turística. Em um deles, o trem saiu da Estação da Luz, no Centro de São Paulo, e desceu a Serra em direção ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais.
No outro, a composição partiu do Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, e desembarcou no Saboó, em Santos.
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