O total de homicídios aumentou 7,7%, e os casos de estupro tiveram um incremento de 25% (Divulgação/Polícia Militar)
Apesar da Operação Escudo, que ocorreu entre julho e setembro de 2023, a Baixada Santista registrou um aumento significativo nos índices de criminalidade em comparação ao mesmo período do ano anterior. A análise, realizada pelo Instituto Sou da Paz com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), revela que algumas das principais cidades da região, como Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande, enfrentaram uma piora nos números de crimes violentos no período.
As informações apontam que, durante a operação, as ocorrências de homicídios, estupros, furtos e roubos aumentaram, com destaque para o crescimento expressivo de certos tipos de crimes. O número de tentativas de homicídios saltou em 84,2%, enquanto os roubos de carga dispararam em 335%, passando de 20 casos registrados em 2022 para 87 no mesmo período de 2023. Além disso, o total de homicídios aumentou 7,7%, e os casos de estupro tiveram um incremento de 25%.
Embora a análise geral de todos os municípios da Baixada tenha mostrado uma redução nos homicídios dolosos durante a operação, os números indicam um aumento nos meses subsequentes. Por exemplo, quatro meses após o término da operação, o número de homicídios dolosos subiu de 22 para 29. Um padrão semelhante foi observado em relação a crimes como furtos de veículos e roubos em geral, que também apresentaram alta após a operação.
Vale destacar que a Operação Escudo, que teve início em 27 de julho de 2023 e se estendeu até setembro do mesmo ano, foi uma das ações mais letais da Polícia Militar paulista, com 28 mortes registradas. Essa operação, que envolveu cerca de 600 policiais de diferentes regiões do estado, foi focada principalmente em bairros periféricos de cidades como Guarujá, São Vicente e Santos. Ela ocorre em um contexto de crescente violência na região, que viu operações como a da Verão, deflagrada em janeiro de 2024, superar em números de mortos as ações anteriores, incluindo o massacre do Carandiru, em 1992.