A disputa pelo pré-sal

Estado precisa ser incansável para atrair investimentos da Equinor, até porque ela deve desenvolver outros negócios

Por: Redação  -  10/06/21  -  06:56
 A disputa pelo pré-sal
A disputa pelo pré-sal   Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O anúncio da petroleira norueguesa Equinor, de que vai investir US$ 8 bilhões no campo de Bacalhau, a 185 quilômetros de Ilhabela, é da maior importância. A expectativa é de geração de 3 mil empregos, nem todos no Estado de São Paulo, pois há uma concorrência com o Rio de Janeiro, onde o setor de petróleo está concentrado. Aliás, pode-se dizer que o Rio venceu a corrida de atração de negócios do segmento – não só a Petrobras aos poucos diminuiu sua presença em São Paulo em detrimento do Rio, como as outras principais petrolíferas e fornecedores de serviços estão sediados na capital fluminense. Mesmo assim, não é motivo para São Paulo não ambicionar esses recursos. A vantagem do Rio é pela infraestrutura lá instalada a partir dos anos 1970. Porém, São Paulo tem capitais, centros universitários e de pesquisa de ponta e o litoral de frente para a Bacia de Santos.


Aliás, a Equinor, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), escolheu a Unicamp em 2019 para abrigar um centro de pesquisa, com investimento de R$ 50 milhões, voltado à atuação da companhia no pré-sal.


Apesar do clamor estatizante questionar o plano de desinvestimentos da Petrobras, que faz a companhia se concentrar na porção mais rentável da Bacia de Santos, essa estratégia gera muitas possibilidades para São Paulo por atrair outras empresas do setor.


O exemplo mais claro é o da própria Equinor, antiga Statoil, formidável exemplo de companhia petrolífera cujos recursos colaboraram para a ascensão econômica norueguesa, antes considerada a parte “pobre” da Escandinávia. Procurada por A Tribuna em maio, a empresa disse que terceirizou sua base de apoio para suas operações na costa paulista, mas a unidade vencedora, da Triunfo, fica no Rio. De qualquer forma, o Governo do Estado precisa ser incansável para atrair investimentos da Equinor, até porque ela deve desenvolver outras áreas e o próprio campo de Bacalhau é muito grande e poderá gerar mais negócios.


A Baixada Santista fez grandes planos para crescer com o setor de petróleo, o que não se consumou, havendo uma grande decepção. Porém, as autoridades não podem se conformar com os royalties, que serão crescentes, ainda mais pela expectativa de que o País precisa acelerar sua produção na Bacia de Santos para aproveitar as últimas décadas de predomínio do petróleo. Esses recursos indenizatórios pelo impacto local da indústria petrolífera precisam estar comprometidos com educação e saúde, não sendo vistos apenas como reforço de caixa das Prefeituras. Aliás, como são atrelados à volatilidade da cotação do barril, podem apresentar momentos de baixa receita.


Entretanto, a exploração do pré-sal ainda está em avanço e novas unidades de produção serão lançadas nesta década, o que reforça a ideia de que a região poderá faturar novos negócios.


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